30 outubro, 2006

Faz Sentido ?

A cúpula do PSDB já dá como certa a reeleição de Lula neste domingo. O partido, cujo triunvirato fez um acordo político e de negócios com os petistas no meio do ano, está rachado. Apesar do bom desempenho na campanha, conseguindo até levar o pleito a um surpreendente segundo turno, Geraldo Alckmin está isolado. Quem definirá os rumos doPSDB é Aécio Neves. O governador reeleito de Minas Gerais, candidato declarado ao Palácio do Planalto em 2010, define seu destino pessoal, com todo cuidado, independentemente de seu partido (cada vez mais partido ao meio).
Aécio Neves estuda duas hipóteses para os próximos meses. As duas descartam o PSDB, onde sabe que sofrerá oposição de José Serra e Fernando Henrique Cardoso, além do próprio Geraldo Alckmin, em suas intenções de disputar a presidência daqui a quatro anos. A primeira delas seria abandonar o PSDB, filiando-se ao PMDB, onde firmaria um acordo para garantir sua legenda presidencial. A outra possibilidade, avaliada com todo cuidado, é formar um novo partido com linha de esquerda junto com o presidente Lula, que também se comprometeria a apóia-lo na sucessão de 2010.
Lula agora é apoiado e sustentado pelos controladores europeus da economia e das finanças mundiais, liderados pelos banqueiros Rothschild. Em 2004, estes mesmos financistas lançaram o nome de Aécio para presidente, em 2010. O padrinho da candidatura Aécio é o também banqueiro Mário Garnero, do grupo Brasil Invest, que é sócio e considerado um parente próximo dos Rothschild.
Aécio e Lula sabem que o PT e o PSDB saem enfraquecidos da eleição e devem buscar novos rumos. No PT, minado pelas denúncias de corrupção, só o "lulo-petismo" mostrou força. Mas o presidente Lula sabe muito bem que isso não será suficiente para garantir seu segundo mandado até o fim, diante da intensificação de aberturas de processos e pedidos de impeachment com argumentos cada vez mais consistentes de cidadãos que lhe fazem oposição real - e não oposição apenas aparente, como a turma do PSDB.
Por isso, Lula vê com bons olhos, na reforma política que pretende liderar, a formação de um novo partido para substituir o PT (que ficaria com os passivos podres de todas as denúncias de corrupção, enquanto o novo partido seria uma virgem cheia de virtudes para o futuro).
O principal obstáculo para Lula serão os grupos radicais que compõem ainda o PT, e que vão exigir cada vez mais espaço de poder. Além disso, Lula será pressionado pelos chamados movimentos sociais (comandados pelo MST), que vão cobrar dele, objetivamente, o cumprimento de promessas radicais (que Lula, a cada dia mais um conservador no poder,não vai atender). Outro obstáculo ao futuro partido de Lula com Aécio seria Ciro Gomes, que também sonha com o Planalto em 2010, e já deu provas ao amigo e aliado Lula que cumpriu seu dever de casa, sabendo esperar pelo tão ambicionado prêmio.
A eleição de amanhã não faz a menor diferença. Trata-se de um mero mecanismo de escolha. O circo do poder mundial sobre o Brasil já está armado para os próximos oito anos, pelo menos.

Um comentário:

Anônimo disse...

A coisa mais irritante sobre teorias de conspiração é que, de um lado, por definição, são impossíveis de provar mas, de outro, são inevitáveis devido ao absurdo das situações. O caso lula/pt/psdb/fhc (e, pfl, na borda) se enquadra nessa situação. Por que psdb-pfl impediram o impeachment de lula? Por que lançaram um chuchu à presidência? Por que os debates foram o supra-sumo da chatice, evitando sempre os temas polêmicos e insistindo na tecla da corrupção? Por que não se tocou no tema da criminalidade, do desarmamento e das leis penais? Por que não se tocou na reforma da previdência que vem por aí? E nas alianças continentais de lula-pt, ou seja, chaves, morales, farc/beira-mar, mir-marcola, fidel etc? Por que nada se falou sobre a ingerênca direta do FMI (portanto, dos poderes financeiros mundiais) no BACEN e no MINIFAZ (Meirelles, Portugal, Bevilacqua, Levy etc)? Por que sumiu a direita no Brasil, todos os partidos se declarando de centro ou de esquerda? Enfim, os debates mais importantes todos eles apequenados ou simplesmente travados, tudo indicando a anomia do sistema político nacional e, paradoxalmente, assinalando a emergência de uma contradição em termos - a democracia ditatorial. Independentemente dos acordos que tenham existido com CFR, Trilateral etc uma coisa é certa: só mesmo os néscios podem acreditar que o "povo" brasileiro (do qual mais da metade mal sabe ler e escrever) eleja fulano ou beltrano.