25 julho, 2006

Imagem é tudo ?

Há quem diga que, no mercado de aparelhos celulares, existem apenas dois tipos de telefones: os da líder Nokia e os outros. Pode ser, mas o cenário está mudando. Agora mesmo a Motorola anuncia que acaba de bater a marca de 50 milhões de aparelhos MotoRazr V3 vendidos, desde o lançamento, no fim de 2004. É aquele celular bem fino, com 13 milímetros de espessura, que se tornou referência de design.
A tendência é continuar crescendo, até porque o preço vai caindo, conseqüência direta da produção em grande escala.
Design, por sinal, parece ser a palavra-chave da indústria. O motivo é mais ou menos simples: à medida que as redes avançam e que as necessidades básicas do consumidor ficam mais do que bem atendidas, a grande diferença fica mesmo na conta do design. Não é à toa que o mercado vê lançamentos para todos os gostos, desde os mais baratos até os mais sofisticados.
A Motorola mesmo lançou recentemente o modelo Dolce & Gabbana, um edição limitada do V3 e que não é exatamente para o grande público: no lançamento, mês passado, o preço do aparelho estava em 1.200. E não vai parar por aí. Nos próximos dias estará anunciando novidades bem bacanas para esse mercado...
O resultado desse foco em design: somente a Motorola, por exemplo, conseguiu aumentar as vendas em 29%, com recorde de US$ 10,88 bilhões, em comparação às vendas de US$ 8,41 bilhões no segundo trimestre de 2005. Já a sua participação estimada no mercado mundial subiu para 22%, um aumento de 4,3 pontos percentuais em comparação ao mesmo trimestre de 2005. E as previsões para o terceiro trimestre são positivas: vendas entre US$ 10,9 bilhões e US$ 11,1 bilhões, o que seria um aumento de 20% a 23% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior.
Do jeito que está, dizem os especialistas da Strategy Analytic, a Motorola pode encostar na Nokia já no primeiro semestre do próximo ano. Pelos cálculos, a Motorola cresceu 52%, em média, nos últimos trimestres, contra 32% da Nokia.
A briga é boa e conta com bons coadjuvantes, como a Sony Ericsson, que tem feito bonito — não tanto com celulares propriamente, mas com os seus penduricalhos, tipo as Cyber-shot e os Walkman. Eles vão correndo por fora, mas decididos, e cresceram 33%, ultrapassando a LG.
Por sinal, é bom ter em mente que LG e Samsung sabem correr atrás de design com facilidade. E seu preço final ao consumidor também deve ser bem considerado.


Nelson Vasconcelos - Conexão Global ( O Globo de 25/07/06)

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